informe o texto

Notícias | Geral

Ordem judicial suspende doação e abate de 800 galos de rinha avaliados em R$ 1 milhão

Juiz plantonista suspendeu a doação das aves apreendidas pela polícia na chácara do ex-prefeito de Brasnorte

24/11/2018 - 07:45 | Atualizada em 24/11/2018 - 09:55

Jô Navarro

A operação Sem Saída deflagrada na última quinta-feira (22) pela Polícia Federal contra o narcotráfico revelou a ligação do ex-prefeito de Brasnorte Eudes Tarciso de Aguiar (DEM) com o crime. Ao cumprir mandado de busca e apreensão numa chácara de Eudes em Santo Antônio do Leverger (34 km ao Sul), a PF encontrou uma rinha de galos sofisticada, com sistema de ar condicionado, tapete vermelho para os combates, áreas de reprodução, alem de armas de fogo e munição. Neste dia foram retirados 240 animais.

Na sexta-feira (23) em uma ação que envolveu policiais civis da Dema, policiais militares, peritos e outros agentes de fiscalização, foram retirados do local 500 galos, todos tidos como combatentes.

Divulgação

Tapete vermelho

 

O gerente do estabelecimento de criação e treinamento foi autuado por crimes de maus tratos-tratos (artigo 32 da Lei 9605/98 – ferir ou mutilar animais silvestre, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos).

O que chama a atenção é como esta rinha tão sofisticada, que certamente atraia muitos apostadores e tinha vários funcionários, passou tanto tempo tempo operando impunemente.

Negócio milionário

Investigações preliminares apontam que cerca de 350 galos apreendidos eram considerados de “elite” e treinados para participação em rinhas. Cada galo chegava a custar valor superior a R$ 20 mil. Os animais são considerados valiosos ao ponto de cinco deles terem se tornados troféus, por terem vencidos campeonatos e também serem reprodutores.

A estimativa é que o valor dos 800 galos no mercado ilegal se aproxime de R$ 1 milhão.

“Temos informes que alguns animais vieram de outros países e animais que se tornaram famosos nesse mercado são vendidos até para outros países, como Bolívia e Paraguai, onde existem atividades bastante ativa de rinha”, disse o delegado  Gianmarco Paccola Capoani, adjunto da Dema. Ele esteve no local e disse que na chácara existiam vários ambientes onde os animais eram procriados e treinados, selecionados de forma profissional para  prática de rinha de galo.

“Encontramos também vários vestígios como esporas cortadas, cristas aparadas, muitos medicamentos e objetos próprios para treino desses animais, como proteção de bico,  proteção de esporas (luvas)”, disse.  

Divulgação/PF

EudesTarcísio de Aguiar

Eudes Tarcísio de Aguiar foi preso na operação Sem Saída

Ainda conforme os levantamentos, a rinha de propriedade do ex-prefeito Eudes Tarcísio de Aguiar está entre a primeira ou segunda maior do Brasil.

“Já estávamos em processo de investigação sobre ela, mas houve a operação da Polícia Federal com a prisão do proprietário e na sequência assumimos a parte do crime ambiente”, completou o delegado.

Abate suspenso

Segundo a Sesp-MT, no momento em que os galos eram doados a uma entidade para o abate, uma ordem judicial do juiz plantonista do Fórum de Cuiabá determinou que fosse cessada a doação e os animais permanecessem guardados à disposição da autoridade policial.

Nossa redação solicitou à PJC e Sesp-MT detalhes* sobre a ordem judicial, mas até o momento desta publicação não tivemos resposta. 

(*Com informações da PJC e Sesp - matéria sujeita a atualização para acréscimo de informações)

 

Informe seu email e receba notícias!

Sitevip Internet