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Os mesmo atores da velha novela

06/09/2018 - 07:46 | Atualizada em 06/09/2018 - 12:42

Cícero Henrique

Venho acompanhando a política no estado de Mato Grosso e não vejo novidade nenhuma, quando tem ela se perde no meio do caminho.

Duas potências políticas perderam musculatura nos últimos quatro anos em Mato Grosso. O PT pelos escândalos de corrupção na República que destronaram Dilma Rousseff e colocaram na cadeia o caudilho maior Luiz Inácio Lula da Silva. Levou à prisão e ao opróbio mais uma penca graúda de petistas de discurso bolivariano e mãos de Al Capone. Aqui, na terrinha, o PT concorre apenas para ganhar espaço para o proselitismo Lula livre. De resto, vexame.

Outro partido que virou mingau em Mato Grosso foi o PSDB. Os tucanos parecem, afinal, convencidos de que não adianta emplumar-se de pássaro tropical se o povo não entende o pio. O pessoal de alto coturno do tucanato nativo trocou figurinhas sobre a semana que entra e é considerada decisiva, porque se inicia a campanha eleitoral na televisão. E saíram amargurados.

Há boa dose de decepção no poleiro tucano. A rapaziada vive em estresse. Pudera. Apesar dos esforços, o governador Pedro Taques não sobe muito nas pesquisas nem com reza brava. Outra constatação de tucanos nativos é a de que a insistência no discurso de pitbull contra os adversários mostrou-se insuficiente para mudar a tendência do voto da maioria dos mato-grossenses. É preciso apresentar um projeto alternativo para o Estado.

Em Mato Grosso o PSDB procura manter, para o público externo, a cara de despreocupado. Mas não consegue disfarçar o suor frio nas mãos, a tremedeira nas juntas e a depressão que o medo costuma causar. Não há como esquecer o desastre que lhe trouxe a série de denúncias de corrupção nunca antes imaginado no Mato Grosso.

Resistência

O governador Pedro Taques e candidato à reeleição, bem que se esforça para dar ao debate político uma dose de substância que o diferencie dos demais candidatos. 

O que ele não consegue parar ou prever são os rumos que podem ser dados pela intervenção judicial ou policial na política nativa. Ainda estão em curso as Operações, que ouve delações cabeludas. Não foi sem razão a resistência em todos os partidos a uma coligação com os tucanos. A maior parte do tucanato se dedica a fazer conchavos espúrios com outros candidatos, abandonando Pedro Taques.

Quem mais tira vantagens da malandragem tucana é o candidato Mauro Mendes (DEM) e Wellington Fagundes (PR), que recebe gostosamente os apoios de tucanos que pedem guarida para se reeleger. Sem dúvida, esta é a eleição mais desprovida de princípios e valores que antes os políticos ao menos faziam de conta que respeitavam. Agora é 'sexo explícito'. Vale tudo. Espetáculo deprimente, mas quase inevitável depois dos efeitos colaterais da Lava Jato, que limpou a área de petistas e que tais, mas a deixou livre para a expansão de outras quadrilhas.

Difícil é despertar entusiasmo na população, que perdeu qualquer interesse pela política, certa de que ao votar contribui para eleger ou inaugurar mais um corrupto. O horário eleitoral obrigatório de rádio e TV abriu a etapa decisiva de uma eleição em que a farsa domina. Candidaturas falsas, burla de leis e mentiras deslavadas quanto ao financiamento das campanhas são exemplos da dimensão do embuste.

É tudo farinha do mesmo saco.

 

 

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