Sexta-feira, 29 de março de 2024
informe o texto

Notícias | Jurídico

STF ouve defesa de réus ligados ao Banco Rural; assista

08/08/2012 - 16:24

Cldeirao Político com Agências

O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) foi retomado nesta quarta-feira (8) em mais uma etapa para as defesas de cinco réus. O primeiro advogado a apresentar considerações foi Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça. Bastos representou José Roberto Salgado, ex-dirigente do Banco Rural, que responde pelos crimes de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.

O ex-dirigente, segundo a defesa promovida por Bastos, não teve participação nos empréstimos às empresas de Marcos Valério e nem ao PT. Salgado é acusado de participar do chamado núcleo financeiro do mensalão, viabilizando empréstimos fraudulentos para esconder a origem e o destino ilícito do dinheiro. Salgado responde pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas.

O ex-ministro fez vários questionamentos técnicos sobre a atuação do Ministério Público Federal (MPF). Bastos rebateu alguns pontos apresentados pelo MPF. Referência para advogados desde o começo do julgamento, no dia 2, ele tem sido presença constante no Supremo e geralmente está cercado por jornalistas e jovens advogados.

O ex-ministro é apontado como um dos autores da tese de que o dinheiro do mensalão na verdade é caixa 2. Esse argumento tem sido usado por vários advogados.

Foi Bastos que apresentou a questão de ordem no primeiro dia do julgamento para que o processo fosse desmembrado. O pedido atrasou em um dia o cronograma previsto. Mesmo com a negativa do plenário, Bastos recebeu vários elogios dos ministros.

Outros réus: Luiz Gushiken e João Paulo Cunha

O julgamento prossegue ao longo da tarde com a defesa dos réus que pertenceriam ao chamado núcleo financeiro.

Vinícius Samarane, diretor do Banco Rural, responde por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisão, e é defendido por José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça. Também está entre os réus a executiva do Banco Rural Ayanna Tenório, cuja defesa será feita na tarde de hoje por Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, e que responde por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A última etapa do quinto dia de julgamento será dedicada à defesa de políticos. Luiz Gushiken, ex-ministro de Comunicação Social, será defendido por José Roberto Leal de Carvalho, que reforçará o argumento de que seu cliente é inocente da acusação de peculato. A absolvição dele já foi pedida pelo Ministério Público por falta de provas. Já o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), defendido pelo criminalista Alberto Toron, responde por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato.