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Robô comanda a manutenção de tubulações em hidrelétricas

03/08/2012 - 16:38

Carolina Marcelino

AES Tietê investiu R$ 1 milhão no projeto realizado em parceria com universitários.

A mesma tecnologia que permitiu a exploração dos restos do "Titanic" será usada pela geradora de energia AES Tietê.

A empresa desenvolveu o robô ROV, equipado com câmeras de vídeo e sensores operados por controle remoto, que será responsável pela manutenção dos equipamentos instalados nos reservatórios das suas usinas.

Em parceria com o Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o novo equipamento possui alto poder de navegação e observação à distância, com capacidade de deslocamento de aproximadamente 300m.

De acordo com o diretor de Operação e Manutenção da AES Tietê, Ítalo Freitas, o robô é um dos mais avançados do mercado.

"As dimensões dele são menores e por isso, o ROV consegue atingir profundidades maiores ainda", explica.

A tecnologia do ROV - só que em maiores dimensões - foi usada em 2010, no Golfo do México, quando do vazamento de óleo a 1,5 mil metros de profundidade. No Brasil o robô também é utilizado para a exploração de petróleo em águas profundas, na camada pré-sal.

Agilizar a velocidade de manutenção foi um dos principais motivos do desenvolvimento do robô. Antes, para fazer a limpeza de um tubo, a equipe do AES Tietê trabalhava cerca de um dia todo.

Com o ROV, a limpeza de um tubo ou cano no fundo do reservatório não leva mais do que duas horas.

Já o trabalho de pesquisa foi longo, consumindo dois anos de desenvolvimento e testes. O ROV foi aprimorado graças a um projeto de estudos de um grupo de alunos do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual Paulista de Bauru (Unesp).

O desenvolvimento do equipamento, que pesa apenas 4 kg, recebeu investimentos de R$ 1 milhão. Porém, ele vai agregar economia a AES Tietê, já que não será preciso a contratação de profissionais para auxiliar na limpeza e manutenção das usinas.

"Antes, contratávamos mergulhadores que tinham de entrar nos canos e ainda corriam o risco de ficar presos", relata o diretor de Operações.

Por ser equipado com aparelho ultrasssom, o novo "parceiro" dos engenheiros consegue detectar problemas invisíveis a olho nu, como rachaduras que estão se formando, mas ainda não apareceram na superfície.

O robô também será usado nas paradas preventivas das unidades geradoras e em inspeções nas barragens e eclusas da empresa.

"Nós conseguimos visualizar fontes de corrosão e buracos na pá da turbina, que vai se deteriorando com o tempo de utilização. Para isso, podemos usar o robô para fazer a medição dessas avarias", completa o executivo.

O robô ROV já passou da fase testes e neste mês entrou em operação nas águas das usinas. "Ficamos muito satisfeitos em desenvolver esse projeto com tecnologia puramente brasileira. É um grande marco para nós", comemora Freitas.

 

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