Em depoimento ao Gaeco o ex-secretário de estado Pedro Nadaf revelou que o ex-governador Silval Barbosa pagou R$ 50 milhões de reais de propina para cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Nadaf contou ao Gaeco que Silval foi procurado pelo ex-presidente do TCE, José Carlos Novelli, procurou o governador em 2013 oferecendo facilidades para aprovar diversos contratos em análise naquele Tribunal.

“O ex-governador teria fechado um acordo de pagamento mensal de R$ 3,5 milhões a serem distribuídos a cinco conselheiros do Tribunal de Contas, em 14 parcelas, que na sua soma total chegariam num montante de aproximadamente R$ 50 milhões”, disse Nadaf ao Gaeco.

Ainda segundo o depoimento de Nadaf, o operador do esquema, responsável pelos pagamentos, foi o ex-procurador Chico Lima. No TCE, quem recebia o dinheiro era o secretário de Finanças do órgão ou o próprio conselheiro Sérgio Ricardo.

O dinheiro para pagamento da dívida com os conselheiros era desviado do governo. Foi o que aconteceu com parte do dinheiro da desapropriação de um imóvel rural de 721 hectares, em 2014, investigado na operação Seven.

Além de Novelli, teriam recebido propina os conselheiros Sérgio Ricardo, Antônio Joaquim, Valdir Teis e Valter Albano.

No depoimento, Nadaf disse ainda que o TCE chegou a paralisar obras e pagamentos do programa MT Integrado, em 2014, devido ao atraso no pagamento de uma parcela da propina. Nadaf precisou se reunir com Novelli e Sérgio Ricardo, em nome do governador, para garantir a continuidade dos pagamentos. “Com base nessa reunião, dias depois o TCE liberou a continuidade das obras e, a partir de então, a organização criminosa passou a buscar recursos ilícitos oriundos de dinheiro desviado do estado a fim de saldar esse débito”, declarou Nadaf.

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