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Notícias | Brasil

Cartilha debate a corrupção no País

13/07/2012 - 10:07

Andréa Bertoldi

A corrupção e os seus efeitos sobre a carga tributária brasileira foi o tema escolhido para a terceira fase do movimento ‘‘A Sombra do Imposto‘’ encabeçado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em conjunto com 40 entidades parceiras. Para isso, foi criada uma cartilha sobre o assunto que será distribuída em todo o Estado.

A publicação aponta que R$ 40 bilhões foram desviados pela corrupção entre 2002 e 2008 no Brasil, o que dá uma média de R$ 6 bilhões por ano. A cartilha mostra que foram encontrados supostos indícios de corrupção na administração de 73% dos 5.560 municípios brasileiros. As fraudes mais comuns têm sido na compra de materiais ou contratação de serviços, cobrança de propinas, superfaturamento de obras e convênios com entidades suspeitas.

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, disse que um dos objetivos da cartilha é mostrar que os recursos desviados para corrupção saem do bolso do contribuinte. Segundo ele, os eleitores devem fiscalizar os políticos e, em um ano de eleições como 2012, podem escolher candidatos comprometidos com o desenvolvimento e a ética. Ainda conforme ele, a edição desta cartilha veio de uma demanda da própria sociedade.

‘‘A nossa intenção é conscientizar a população que o dinheiro desviado para corrupção é dos contribuintes e faz falta para serviços como saúde e educação‘‘, destacou. Ele alertou que o consumidor deve sempre pedir nota fiscal ao fazer qualquer compra. Segundo Campagnolo, em algumas situações, o consumidor paga quase o dobro do valor de um produto em função de impostos.

A apresentação da nova etapa da campanha aconteceu ontem na reunião do Conselho Temático de Assuntos Tributários, na sede da Fiep, em Curitiba. O encontro foi transmitido ao vivo por videoconferência para cidades paranaenses do interior.

O movimento ‘‘A Sombra do Imposto‘’ começou em outubro de 2010 e já distribuiu 1,8 milhão de exemplares das duas edições anteriores da cartilha. A primeira mostrava que todo cidadão paga altos tributos em cada produto que compra ou serviço que contrata. A segunda edição, lançada em maio de 2011, destacava a maneira como o dinheiro arrecadado com tributos é gasto pelos governantes, alertando que é direito de todo contribuinte cobrar o devido retorno em serviços públicos de qualidade.

Os consumidores também não concordam com a alta carga tributária e o desvio de dinheiro público. ‘‘O desvio do dinheiro é um absurdo. Poderia investir mais em saúde e educação. As pessoas tem que saber para onde vai o dinheiro delas‘‘, comentou o cabeleireiro Fernando Araújo.

‘‘Muitas pessoas não dão nota fiscal, como a gente vai saber o que está pagando de impostos?, questionou a desempregada Lúcia da Silva. ‘‘O povo brasileiro não tem voz. Se as pessoas não discutissem o assunto da corrupção estaria pior ainda. As pessoas não têm interesse em lutar por uma situação ideal. O povo é acomodado‘‘, opinou a assistente administrativa, Jéssica Camila Soares.

 

 

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