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Juros futuros recuam com aposta em corte maior na Selic

10/07/2012 - 21:01

Redação

Consenso do mercado é que o Banco Central (BC) opte por um corte de 0,50 ponto na taxa de juros nesta quarta-feira.

Com uma vertente do mercado enxergando a possibilidade de o Banco Central (BC) optar por um corte de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, ante o consenso por um corte de 0,50 ponto, a curva de juros futuros da BM&FBovespa registra um fechamento expressivo no pregão desta terça-feira (10/7).

Mais negociado, com giro de R$ 20,412 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2013 recuava de 7,54% para 7,50%, enquanto o para janeiro de 2014 caía de 7,83% para 7,76%, com volume negociado de R$ 16,644 bilhões.

"Hoje, um corte de 0,50 ponto será considerado um ajuste moderado", afirma César Trotte, diretor de renda fixa da Máxima Asset Management. "Se o governo tiver de fazer alguma coisa diferente do 0,50 ponto, certamente ele irá optar por um corte mais agressivo", pontua.

Para Trotte, há espaço para um corte de 0,75 ponto no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) que termina amanhã, uma vez que os números de atividade apontam para um nível bastante aquém das expectativas.

"Ainda tem bastante prêmio na curva para quem acha que os cortes vão seguir", diz o diretor da Máxima. "Particularmente acredito que isso deve acontecer ao passo do 0,50 ponto, levando a taxa para algo em torno de 7%".

O diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, também entende que um corte de 0,75 ponto na taxa Selic não será uma surpresa.

"A rápida e expressiva correção de projeções que vêm sendo realizadas a respeito do crescimento do PIB para este ano e, considerando a baixa resposta da atividade econômica aos incentivos que vêm sendo propagados como medidas de curto/curtíssimo prazo pelo governo, poderiam justificar uma postura mais agressiva do Copom no corte da Selic", afirma Nehme, em relatório.

Um ponto surpreendente no ambiente macroeconômico doméstico, diz o diretor, é a manutenção do nível de geração de empregos e da renda na economia, que reage de maneira "incompatível" ao cenário atual.

"Contudo, sinais mais perceptíveis começam a surgir, como os divulgados hoje pelo IBGE na sua Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, que registrou recuo do emprego e remuneração pelo terceiro mês consecutivo, nesta oportunidade de 0,3% no total de ocupados maio ante abril, acumulando neste período 1,1%", pontua Nehme.

"Tudo sugere que as previsões predominantes até recentemente a respeito da recuperação da economia brasileira no segundo semestre deste ano tendem a não serem confirmadas, pois o cenário se deteriora além do esperado, no Brasil e no exterior", completa o especialista.

 

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