O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) subiu à tribuna do Senado nesta terça-feira (3) para se defender, pela segunda vez somente nesta semana, do processo que pode levar à sua cassação. No novo discurso, ele reiterou que as gravações da Polícia Federal que o associam ao bicheiro Carlinhos Cachoeira são ilegais e seriam frutos de interpretação errônea dos investigadores, de acordo com reportagem do G1.

Além de repetir que as gravações com sua voz foram feitas sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), Demóstenes acusou a PF de ter fraudado as transcrições dos áudios que constam nos inquéritos das operações Monte Carlo e Vegas. Uma delas mostra que o senador teria pedido a Cachoeira o pagamento de um táxi aéreo no valor de R$ 3 mil. ‘Simplesmente fraudaram a transcrição. Um destes trechos foi analisado por um dos peritos mais renomados do Brasil, Joel Ribeiro Fernandez [...] Abro aspas para ler a conclusão do perito. Não há no material resultante das escutas telefônicas uma prova científica que demonstre que o mesmo é autêntico e está integro‘‘, disse o senador.

No discurso, o senador ainda pediu aos colegas que não o julguem politicamente, mas com base no processo, com as acusações e as teses da defesa. Demóstenes usou boa parte do tempo para se queixar de notícias que apontavam ligação com o grupo de Cachoeira, baseadas nas investigações da PF.