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1.000 razões para não ir à Câmara de Várzea Grande e Cuiabá

26/06/2012 - 10:16

Cícero Henrique

Se você quer saber como alguém realmente é, tem de observar como essa pessoa se comporta quando não está sendo observada. É o caso do sujeito que respeita o sinal quando o guardinha está na esquina, mas que fura quando não vai ser punido. No caso das Câmaras de Cuiabá e Várzea Grande, os vereadores têm se cuidado mais neste ano para justificar suas faltas. Sabem que estão sendo olhados. Por isso, o melhor jeito de ver o que eles pensam sobre a importância de sua presença no plenário é checando as justificativas apresentadas no ano passado.

No ano passado, justificar uma falta era ainda mais fácil. Prova disso é que, durante o ano inteiro, os vereadores conseguiram abono em absolutamente todas as vezes. Não houve um único indeferimento durante 2011.

E isso mesmo com algumas justificativas que não justificam nada. Uma tabulação dos motivos apresentados, por exemplo, mostra que em 32 ocasiões os vereadores simplesmente mandaram dizer que tinham “compromissos” previamente agendados e que impediam seu comparecimento à Câmara. Eles não sabiam que não deviam marcar outra coisa para o mesmo horário da sessão? E que “compromissos” são esses que eles nem se dignam a especificar e que são mais importantes do que a sessão plenária?

Não importa: as presidências engoliram todas as justificativas assim mesmo. Assim como engoliu quando em nove outras ocasiões vereadores afirmaram que faltaram ao plenário por motivo de “força maior”, de novo sem grandes explicações. Ou quando alegaram, por nove outras vezes, que estavam faltando para fazer algo que era “do interesse da Casa”, claro que na maioria das vezes sem nem mencionar do que se tratava.

Mas o que mudou, afinal, do ano passado para cá? Com a chegada da Lei de Acesso à Informação, os vereadores sabiam que qualquer um poderia pedir as justificativas.E assim mesmo os sites desses Legislativos não publicam tudo. Ainda é impossível ver o que eles fizeram nos verões passados. Inclusive quando nem imaginavam que alguém, mais tarde, poderia fuçar em suas justificativas furadas.

Agora, é papel do eleitor decidir com base nos dados o que pensa do comportamento do vereador que elegeu quatro anos atrás. E que, certamente, estará pedindo seu voto de novo daqui até outubro.

 

 

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