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Rio+20: o que Alta Floresta ensina sobre economia verde

14/06/2012 - 22:11

Miriam Leitão

Sobre a Rio+20. O tema principal foi a cidade de Alta Floresta, que fica no Norte do Mato Grosso. A cada ciclo econômico, o município foi perdendo floresta e chegou a entrar na lista das 40 cidades que mais desmatavam no Brasil. Para sair dela, fez um esforço enorme que envolveu a todos.

Conversei lá com um produtor rural, que hoje tem menos área para uso econômico, mas tem o dobro do gado de antes. A Embrapa, que está numa cidade perto, Sinop, quer ensinar aos produtores que é possível conciliar agricultura, pecuária e floresta.

Por causa do desmatamento descontrolado, a cidade estava perdendo água. Das 6 mil nascentes, 4 mil estavam degradadas. Em 2010, chegou a faltar esse recurso no maior município da Amazônia, olha o absurdo. Começaram, então, a isolá-las e protegê-las. Lá, a maioria dos produtores já tem o cadastro ambiental rural, primeiro passo para se tornar legal.

Desde a Rio 92, Mato Grosso desmatou 117 mil km² de floresta, o que equivale a três estados do Rio de Janeiro. Esse grau de destruição não é sustentável. Mas fiquei convencida de que em Alta Floresta estão fazendo esforço sincero para equilibrar todas as forças. Estão preocupados com as hidrelétricas, porque há mais desmatamento nessas áreas.

Economia verde é fazer de maneira diferente tudo o que se faz.

Amanhã, no Bom Dia Brasil, a reportagem é sobre as ameaças. Como a mudança climática e o desmatamento ameaçam, por exemplo, a agricultura.

As ameaças concretas das mudanças climáticas

Na terceira reportagem especial que fiz para o Bom Dia Brasil sobre a Rio+20, mostro que o clima está mudando e que a humanidade precisa se proteger para evitar o pior. Fui à Embrapa para saber quais os riscos que o Brasil corre. O agroclimatologista Eduardo Assad falou dos nossos pontos vulneráveis. Também mostrei os resultados de um estudo exclusivo feito pela Embrapa. Houve mais calor do que o previsto. Os técnicos chegaram à conclusão de que as mudanças climáticas já afetam o Brasil.

Em Alta Floresta, gravei dentro de uma sumaúma, árvore que no período da cheia retem água, liberada na época da seca. Também fui a São Paulo, no Parque Ibirapuera, e em Sinop, cidade do Mato Grosso.

Quando estávamos lá, o Ibama fez o maior flagrante de desmatamento do ano na região. Foram 500 hectares com o uso do correntão. No pátio do Ibama, há tratadores apreendidos que são adaptados para o desmatamento.

Eu termino a reportagem dizendo assim: Vinte anos depois, o mundo volta ao Rio com velhos medos e uma nova esperança. Bem-vindo, Planeta Terra, e boa sorte a todos nós!

Depois disso, entro ao vivo, do Riocentro que, a partir de hoje, é palco da mais importante reunião sobre desenvolvimento sustentável.

 

 

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