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Não convenceu e será cassado pelo conjunto da obra

30/05/2012 - 06:02

Redação

Em depoimento de quase cinco horas ao Conselho de Ética nesta terça-feira (29/5), o senador Demóstenes Torres se declarou "um carola", um homem que "tem vergonha na cara". Ele confirmou que foi até a sede da Delta Construção, mas para devolver um iPad que havia sido emprestado. Negou que seria "sócio-oculto" da empresa suspeita de integrar esquema de corrupção comandado pelo bicheiro Carlos Cachoeira.

Os depoimentos no Conselho de Ética fazem parte do processo que investiga a quebra de decoro parlamentar do senador goiano. Esta foi a primeira declaração do parlamentar sobre a relação dele com Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo. Demóstenes disse que Cachoeira se relaciona com cinco governadores. Não quis revelar nomes: "Tá na imprensa".

O senador também disse que usava telefone habilitado nos EUA por questões de comodidade. "Como pode um senador ter um telefone pago por um contraventor?", perguntou Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). "Se eu soubesse antes o que sei hoje", respondeu Demóstenes.

Comovido, adiantando que não tinha intenção de emocionar ninguém, contou que havia dormido só duas horas na noite anterior ao depoimento. Ele disse que respeitará se senadores decidirem por cassação. Demóstenes disse que também gostaria que Carlos Cachoeira falasse.

Por três vezes, o senador citou a estrofe "nem tudo que se diz se faz", que faz parte do samba "Nem é bom falar", de Ismael Silva. Negou envolvimento com o jogo do bicho. Negou ainda envolvimento com o esquema de exploração de jogos ilegais atribuído pela polícia a Carlinhos Cachoeira. "As autoridades que atuaram nesse inquérito disseram textualmente que eu não tenho nada a ver com jogo", disse o senador.

"O sócio oculto da Delta não sou eu. Se tem algum sócio oculto da Delta procurem com uma lupa maior aí, porque não sou eu", disse o senador, ao defender-se no Conselho de Ética do Senado em processo de quebra de decoro parlamentar. Na primeira parte do depoimento, já afirmou que não conhecia os negócios de Cachoeira.

Demóstenes é suspeito de ligações estreitas com Carlinhos Cachoeira e de ter usado seu mandato para beneficiar o suposto esquema comandado pelo empresário. O empresário goiano está preso desde 29 de fevereiro, acusado de ligação com jogos ilegais e de comandar uma rede de influência envolvendo agentes públicos e privados.

 
 

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