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Notícias | Executivo

O governador do Acre defende legalização do jogo, mas diz que não entraria na Telexfree

14/08/2013 - 08:01

Luciano Tavares

 O governador Sebastião Viana foi o entrevistado desta terça-feira, no programa Gazeta Entrevista (TV-Gazeta), apresentado pelo jornalista Allan Rick. Durante sua participação nos três blocos do programa, o governador falou sobre temas como: a Cidade do Povo, radares – Industria das multas -, a BR-364  – trecho entre Rio Branco e Sena Madureira -, aposentadoria de ex-governadores, a possível saída do PV da FPA e até sobre a Telexfree.

Sobre a Cidade do Povo, Sebastião Viana destacou ao ser perguntado por um internauta o critério de escolha das famílias. Ele disse que entre os contemplados estão moradores de regiões de áreas alagadiças.

“Os critérios vêm do Ministério do Ministério do Desenvolvimento Social junto com o Ministério das Cidades, uma norma federal que a gente cumpre e honra, além dos acordos que nós fazemos baseados em algumas situações especiais. Por exemplo: áreas de alagação, áreas de pessoas que já estão no aluguel social, que foram removidas já desses ambientes. São mais de 400 famílias nessas condições. Então essas famílias passam a ser prioridade para a Cidade do Povo. Nenhuma regra é quebrada, nenhuma pessoa que chegue e faça interferência. Quando nós tiramos essas pessoas, nós vamos passar máquinas junto. Estamos pedindo a ajuda dos órgãos de fiscalização. Vai virar parque de preservação nas margens do rio. Senão não tem saída, não tem jeito.  São as famílias do Preventório, Dom Giocondo uma parte, uma parte da Cidade Nova, uma parte da 06 de Agosto… Senão não tem jeito! Você vai tirar dinheiro como daqui a dois anos para fazer uma Cidade do Povo, uma obra de 1,1 bilhão”, disse

Ao comentar sobre mudanças em seu secretariado, Sebastião Viana ressaltou que as exonerações, novas posses e fusões de alguns setores têm por objetivos enxugar a máquina e dar agilidade aos serviços.

“Nós temos a Secretaria de Floresta que foi incorporada a de Indústria e Comércio e temos uma fusão praticamente entre as secretarias de Segurança e Polícia Civil. Então são quatro secretarias que nós estamos unindo, assegurando uma eficiência melhor pra elas e uma idéia de organização e enxugamento da máquina. Às vezes a máquina é muito pesada. É uma visão atual, de metas compartilhadas e isso dá um bom resultado. Eu tenho uma inquietação com os secretários porque quero que eles viajem mais aos municípios. Tenho cobrado duramente. Secretário tem que ta duas vezes por mês em Cruzeiro do Sul. Ficar mais dias no Juruá, em Cruzeiro do Sul. Tem que visitar a região do Iaco, o Vale do Acre, o Vale do Envira/Tarauacá. Estou cobrando duro. Isso eu faço sempre. Quem não se adequar paciência, não vai ficar”

Acerca da BR-364, entre Sena e Rio Branco, o governador acusou a empresa CCL, vencedora da licitação, de negligência. Ele disse que a empreiteira prometeu que faria em um dia três quilômetros, mas não passa de 300 metros diários de execução. Sebastião defende a rescisão contratual da empresa.

“Hoje eu estava pedindo que haja pelo menos a decência de uma rescisão unilateral para que a outra empresa que está na fila das que participaram possa entrar e dar sua contribuição e de forma efetiva. Porque se houvesse um mecanismo legal de transferir para o Deracre, nós faríamos a conserva”.

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Sobre Henrique Afonso, Sebastião Viana acredita que um bom papo e um café podem fazer o deputado federal, do Partido Verde, mudar de idéia. Afonso teria declarado que será candidato ao governo do Acre em 2014.

“Olha ta uma embiricica o negócio de candidaturas aí ao governo, mas isso é bom e faz parte da democracia, dessa fase preliminar do debate. O Henrique Afonso é um amigo que eu tenho, uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço no Acre, porque enquanto todo mundo ta olhando pro lado, ele ta olhando pra cima. Ele é uma figura que tem seu modo próprio de ver a política. O Henrique já tinha  sido ventilado como uma das candidaturas ao Senado e agora ao governo, mas vamos ver, vamos ver como é que  vai ficar. Sempre nós achamos saída quando o assunto é Henrique Afonso e Frente Popular. E eu acho que no fim a gente toma um bom café e pode construir um bom entendimento”

Para o governador, a morte de quatro crianças, um dia após o incêndio na Maternidade Bárbara Heliodora, na semana passada, não tem nada a ver com o incidente. Segundo o governador e médico, a causa seria natural, de criança que nasce abaixo do peso.

“Todo dia tem bebê que nasce com meio quilo, com 600 gramas, com 400 gramas que não tem viabilidade. Aquelas perdas de vidas foram inevitáveis porque seria inevitável na Maternidade sem ter havido o incêndio no sistema de compressor, porque é assim mesmo”, explicou.

Sebastião Viana economizou nas palavras ao falar sobre a queda da aposentadoria de ex-governadores, proposta que tramita na Assembleia Legislativa do Acre. Disse que não opinaria e que deixaria para o Legislativo e o STF.

“Esse assunto é de autonomia do Poder Legislativo tratar e está nas mãos do ministro relator, que é o ministro Joaquim Barbosa. E eu acho que essa decisão vai ser tomada muito em breve. Então é um assunto que eu não deva nem entrar nessa questão. Como cidadão eu sou médico e professor da Universidade e tenho como expectativa de que na hora que eu sair da política eu volto à universidade e vou ta nos hospitais trabalhando. Minha previsão de vida é essa”, completou ele.

“Radar pra nós não é sinônimo de arrecadação, não interessa. O que interessa é a redução da mortalidade no trânsito”, destacou o governador ao falar sobre os radares.

Ainda sobre a chamada indústria das multas, Sebastião disse que “o Detran tem a sua arrecadação própria através de taxas. Multa não faz parte da previsão de receita do Detran. O radar é sinônimo de proteção à vida e carro é arma assassina em mão erradas. Então isso a gente não vai respeitar”, afirmou.

O governador também comentou sobre a Telexfree. Chegou a citar a empresa como um “jogo” igual a mega-sena, mas depois remendou.

Ao falar sobre a ação que originou o bloqueio da empresa, ele disse que o Procon agiu dentro da Lei. “O Procon não agiu por iniciativa própria. O Procon foi provocado e ao ser provocado foi obrigado a dar o encaminhamento nos termos da Lei. Minha posição pessoal: não sou contra a atividade do jogo. Eu jogo na mega-sena”.

Ainda comentando o assunto, misturando Telexfree com jogos, Sebastião Viana disse ser a favor da legalização dos cassinos no Brasil.

“Eu defendo que o país se tiver cassino eu não sou contra. O que eu quero é o imposto pra cuidar de hospital, em escola, na segurança. O Telexfree é uma atividade que  envolve um pouco de cuidado de detalhamento, de intenso acompanhamento que pode dar uma idéia de aposta, de um risco, de um jogo”, disse.

Ele disse, porém, que não é contra a Telexfree, mas que jamais se cadastraria porque não tem dinheiro para investir na empresa.

“Minha opinião pessoal: não sou contra, e eu disse ao presidente do Tribunal (Roberto Barros) e a procuradora do Estado (chefe do MPE, Patricia Rego). Todo mundo que ta ali é de maior (sic). Se todo mundo está satisfeito porque eu tenho que me meter, isso é um problema de quem fez, não é meu. Acho que todo mundo sabe o que ta fazendo. Eu só via o pessoal dizendo: eu ganhei, eu to ganhando. Agora eu Tião jogaria, não! Eu não entraria! Não entraria na Telexfree, na BBOM, sei o quê! Não entraria porque não tenho recurso disponível pra esse tipo de atividade”, encerrou.

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