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10/11/2023 - 19:27 | Atualizada: 10/11/2023 - 19:34

Episódio de documentário científico sobre geoparque Chapada dos Guimarães é finalista no Raw Science Filme Festival

O episódio de uma série de documentários sobre Geoparques brasileiros foi selecionado no Raw Science Film Festival (RSFF), evento que reúne pessoas da ciência, tecnologia, entretenimento e mídia de todo o mundo, e apresenta as melhores produções inscritas. O episódio ‘Chapada dos Guimarães’ concorre na categoria ‘série de documentário’ e é a única produção brasileira finalista da categoria. Em maio deste ano, a série foi exibida pela TV Cultura e abordou 3 diferentes territórios - Geoparque Mundial Unesco Seridó (RN), Geoparque Aspirante Chapada dos Guimarães (MT) e o Projeto Geoparque Corumbataí (SP).
 
Produzido pela Periscópio em parceria com a Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), Associação Dos Profissionais Geólogos do Estado de Mato Grosso (Agemat) e Associação de Geólogos de Cuiabá (Geoclube), a obra foi dirigida por Ricardo Giaroli. Ele considera o festival um dos mais importantes para a visibilidade da ciência e aponta ainda que estar entre os finalistas significa uma grande conquista, visto que as produções audiovisuais brasileiras têm orçamentos muito menor em comparação às obras dos demais países.
 
“O fato de ser selecionado é uma honra, pois é como se estivéssemos com um fusca, enquanto os demais seguem com Ferraris. Por isso, o mérito das pessoas que produzem ciência no Brasil é muito grande. São pesquisadores que têm paixão pelo local onde vivem e entendem que o trabalho é benéfico para a sociedade e precisa ser reconhecido. Um verdadeiro ganho para a popularização da ciência e para o turismo brasileiro”, considera.
 
Caiubi Kuhn, coordenador científico do Geoparque Chapada dos Guimarães e Presidente da Febrageo, explica que o documentário irá competir com produções dos Estados Unidos (EUA), Austrália e Holanda. “Chegar à final de um festival tão importante, ajuda a dar visibilidade para o município, demonstrando a importância desta região para história do planeta. Para além das belas paisagens, em Chapada existe muita informação científica e história de um povo com uma cultura tão rica”, explica.
 
O mesmo é ressaltando por Flávia Santos, docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e presidente AgeoBr. “O documentário do Geoparque avançando para a final do festival demonstra que trabalhos nacionais, que exaltam nossa cultura e história, são de relevância internacional”, considera.
 
O local recebe visitas de diversos países todos os anos e a obra documentada mostra os aspectos geológicos dos pontos turísticos do município. A Presidente da Agemat e vice-presidente da Febrageo, Sheila Klener, avalia que estar entre as produções finalistas demonstra a seriedade do trabalho desempenhado. “A partir disso, ficaremos ainda mais empenhados em trabalhar para alcançar no futuro o reconhecimento do geoparque como ‘Geoparque da Unesco’. É importante para todo o Brasil, trazendo ainda mais visibilidade para o geoturismo do país”, pontua.
 
Conforme a Unesco, os Geoparques Mundiais são áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Sua abordagem ascendente que combina a conservação com desenvolvimento sustentável e que, ao mesmo tempo, envolve as comunidades locais, está se tornando cada vez mais popular.
 
Segundo o membro do comitê Gestor do Geoparque de Chapada dos Guimarães, Daniel Fernando Queiroz Martins,  ideia de Geoparque é algo que é novo para o Brasil, mas nos últimos 5 anos vem ganhando força e reconhecimento de profissionais e estudiosos de diversas áreas, sobretudo do Turismo, da Geologia, da Geografia, da Paleontologia e todas as demais ciências relacionadas com esses temas. Prova disso é o número de territórios chancelados pela Unesco como Geoparques Mundiais.
 


Acrescenta que estar na seleção do festival, comprova que o território não é formado apenas por lindas paisagens, mas por pessoas que dão vida e dinamicidade aos lugares, em diversas formas. "Para o turismo local, ter a nossa produção veiculada a nível mundial nos dá força para continuarmos trabalhando ainda mais para o aproveitamento das possibilidades de desenvolvimento sustentável por meio do Geoparque, vencendo desafios e superando obstáculos que são comuns aos territórios que vislumbram um modelo de turismo mais inclusivo e responsável, como é o caso do Geoparque de Chapada dos Guimarães", avalia.
 
O reconhecimento afeta diretamente no setor turístico brasileiro e regional, principalmente, pois passa a ser um destino mundialmente conhecido. “Irá tornar o mercado do trade turístico aquecido, potencializando o surgimento de novos produtos, bem como os avanços na educação, uma vez que pesquisa e qualificação se tornam cada vez mais necessárias, por conta dos novos postos de trabalho que esse reconhecimento vai trazer”, pontua Alexandre Barão, Secretário Municipal de Turismo Cultura e Meio Ambiente de Chapada dos Guimarães.
 
O RSFF foi inicialmente possível graças ao apoio da Academia Nacional de Ciências e do The Science and Entertainment Exchange. O objetivo principal do evento é humanizar a ciência, dando luz aos fatos trazidos por especialistas, celebrando o melhor da história da ciência no mundo.




 
 
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