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09/05/2022 - 06:59 | Atualizada: 09/05/2022 - 07:04

Lula e Bolsonaro são os maiores cabos eleitorais um do outro


A cada discurso ou contradição envolvendo Lula o eleitor de Bolsonaro fica mais convicto de sua escolha, e o mesmo ocorre ao avesso: o populismo contamina as mentes daqueles que não conhecem outra escolha. A terceira via ainda não conseguiu mobilizar as massas - e, numa democracia representativa, ela precisa. Enquanto isso não acontece, Bolsonaro e Lula servem de cabo eleitoral um para o outro, corrompendo as urnas com seus pútridos numerais.

O autor dantesco desta vez foi o ex-presidiário, que não satisfeito em mentir e entrar em contradição ao longo de toda sua carreira passada, também o faz no presente. Para além de suas fatídicas declarações em relação à Guerra na Ucrânia e ao presidente Zelensky, lula não escondeu o tom orgásmico ao dizer que acabaria com os clubes de tiro no Brasil: precisamos de clube de livros, disse. Na tentativa de agradar a esquerda progressista - que recebeu a oferta com reverência -, Lula discursou, e na tentativa de assegurar a vida, estava a proteger-se com um segurança armado ao ser cercado por alguns bolsonaristas.

"Livros para você, armas para mim", essa não é a primeira vez que o discurso não segue a prática na ideologia progressista, e essa discussão segue mais ou menos em vigor a depender das políticas de segurança pública em cada país. O problema é que essa é uma das pautas defendidas pelo bolsonarismo e, portanto, ao sair bradando mais livros e menos armas quando se está com um segurança armado, Lula só concede mais munição ao mal que promete combater: Bolsonaro.

Uma eleição que envolva figuras tão patéticas como Bolsonaro e Lula deve ser limitada ao silêncio, ou seja, quem manter a boca fechada por mais tempo terá um número menor de moscas para se preocupar. Claro que existem aqueles que estão entusiasmados com a sujeira e com o morbífico, são os parasitas e pestes que estão apenas a espalhar essa doença ao máximo de pessoas.

Na superfície contaminada da República espalha-se a doença, mas retarda-se a cura. O centro democrático está a perder, nesse jogo de suspense, a oportunidade de enfrentar os extremos com vigor. Se a maior propaganda para os extremos é o próprio reflexo, que os espelhos sejam quebrados, mas parece que alguns espíritos ainda querem lucrar com o resultado mórbido desta eleição.

Ou o centro tira da brasa o que está mais que aquecido, ou o tempo não terá piedade em denunciar os seus atrasos. Somente um nome ainda mais forte e antagônico ao bolsopetismo pode derrotá-lo, mas parece que Moro tem mais inimigos do que aventava.

Não há suspense que sustente o desespero e o medo das massas. Dos males o menor, essa será a variável para o cálculo político. Há solução com nome e sobrenome, mas também há obstáculos inomeáveis. Parece que até quem tem Moro tem medo, mas medo quê?  
 
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