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28/03/2021 - 08:30

Desabastecimento de aço no País pode aumentar desemprego e preço de imóveis

Pesquisa realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que foi divulgada esta semana, demonstra a existência de um desabastecimento de aço em várias regiões do país. Ao todo, 206 empresas foram consultadas. Delas, 84% confirmaram o a escassez. Segundo a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), a situação na capital goiana não é diferente, o que promove aumento do preço e alonga o prazo de entrega dos imóveis aos clientes. 

Segundo o levantamento realizado pela CBIC, 82,9% das empresas acreditam que o aço é o material com maior atraso em seu prazo de entrega. Já quanto ao prazo médio de entrega das usinas em suas regiões, 39,3% das empresas responderam varia entre 30 e 60 dias, enquanto 25,7% acreditaram que, na verdade, o tempo médio vai de 60 a 90 dias.

Consequências do desabastecimento

Renato de Sousa Correia é membro efetivo dos Conselhos Consultivo e de Ética da Ademi-GO e vice-presidente da região Centro-Oeste do Conselho de Administração da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e explica que o cenário de desabastecimento do aço impacta diretamente nos empregos e no ataque ao déficit habitacional.

“O aço é uma das principais matérias-primas da construção civil. Diante deste cenário, para que as empresas consigam sobreviver, ou elas aumentam o preço de venda do imóvel ou não realizam lançamentos. Caso o empresário opte pelo aumento do valor do imóvel, repassando assim o aumento do custo do aço, o público que antes tinha acesso àquele empreendimento, por caber em seu orçamento, tem sua renda não mais compatível ao preço do imóvel, devido ao reajuste. Isso tira a capacidade da compra dos clientes e impacta diretamente nas vendas”, pondera o empresário.

Além da perda de vendas, as demissões de funcionários foi outro aspecto mencionado como consequência desse desabastecimento. Com o adiamento de lançamentos, obras deixam de ser feitas, o que gera grande volume de demissões na construção civil. “E temos também os impactos indiretos, como é o caso das obras públicas, que terão que avaliar o reequilíbrio dos seus contratos. O desembolso será maior para que os projetos fiquem prontos, e serão utilizados subsídios que poderiam ser usados para ajudar a combater o grande déficit habitacional que temos hoje em nosso país”, aponta.

Imposto zero

Reunião do Ministério da Economia com representantes da cadeira produtivo de aço e dos principais compradores da matéria prima no país, que ocorreu na última terça-feira, 23, a CBIC propôs a redução do imposto sobre a importação do aço como estratégia de resolução do desabastecimento. Para Renato, o imposto zero sobre essa importação e o estímulo à concorrência seriam as principais soluções.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, acredita que o choque de oferta restabeleceria um equilíbrio entre a oferta e a demanda, e uma consequente estabilização dos preços. “Quando a construtora tenta comprar da siderúrgica e não consegue, vai na distribuidora e se depara com um valor muito alto”, explica.  Segundo ele, o desabastecimento e a insegurança com relação aos custos de vários materiais prejudicam os serviços de construção no país.

 
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