Imprimir

Imprimir Notícia

12/02/2021 - 14:16

Imunização a passo de tartaruga escancara omissão e má gestão do governo federal

Segundo informações da Secretaria de Estado Saúde de Mato Grosso, 191 mil doses de vacina chegaram a Mato Grosso, e apenas 68.450 mil foram aplicadas em 23 dias de vacinação. Para o deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) se a média se mantiver, o estado levará três anos para imunizar os 3,5 milhões de habitantes. 

“Vamos levar três anos para vacinar toda a população, se for mantido o ritmo atual. Em 2009, o Brasil vacinou 80 milhões de pessoas em 90 dias contra H1N1. Olha a diferença entre o planejamento nacional feito naquela época e o que estamos vendo agora. Há um plano nacional com muitas lacunas, que é um desserviço à história do programa de imunização do Brasil, que sempre foi referência no mundo. Há outras questões que dizem respeito ao planejamento do estado para avançar no processo de vacinação. Mato Grosso precisa evitar erros nas resoluções publicadas”, disse o deputado. 

Mato Grosso segue os critérios determinados pelo Ministério da Saúde que, por sua vez, já foram questionados pela Rede Sustentaabilidade no STF. O Supremo já determinou ao Ministério da Saúde que detalhe os grupos prioritários para evitar que aqueles com menor risco sejam imunizados antes de outros de maior risco.

De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, uma atualização já realizada no plano de imunização indica os grupos prioritários e a estimativa de doses necessárias, levando em conta a preservação do funcionamento dos serviços de saúde, a proteção dos indivíduos com maior risco de desenvolvimento de formas graves e óbitos, a proteção das pessoas com maior risco de infecção e a preservação do funcionamento dos serviços essenciais. No entanto, conforme o ministro, a segunda edição do plano não detalhou adequadamente a ordem de cada grupo de pessoas dentro de um mesmo universo prioritário. “O perigo decorrente da omissão sobre a discriminação categorizada dos primeiros brasileiros a serem vacinados é evidente e compromete o dever constitucional da proteção da vida e da saúde”, salienta.

Falta de vacinas

A falta de vacinas é fato. O Ministério da Saúde não se preparou a tempo para adquirir vacinas e com a elevada demanda mundial, nenhum laboratório tem condições de assumir a entrega de doses em curto prazo. 

Atualmente, de cada 10 brasileiros vacinados, 9 estão recebendo a vacina do Butantan, alertou hoje o governador de São Paulo João Doria. "Precisamos de mais vacinas, faço um apelo ao governo federal, ao Ministério da Saúde, providenciem mais vacinas", disse o governador paulista.

Diversas capitais já relatam falta de vacinas. Em Cuiabá, há imunizantes para mais cinco dias. 

População 'vacinável'
A meta do ministro da Saúde Eduardo Pazuello é vacinar 50% da 'população vacinável' até o meio do ano, e 100% até dezembro. Mas ele não apresentou cronograma, nem de onde virão as vacinas. 
 
 Imprimir