Imprimir

Imprimir Notícia

22/01/2021 - 10:40 | Atualizada: 22/01/2021 - 13:37

BRASIL ESNOBOU E ESCULACHOU A OFERTA DA CHINA DE CRÉDITO DE US$ 1 BI PARA VACINA

Pois, pois, pagamos preço alto pela soberba e ignorância do governo Bolsonaro. O governo faltou a um encontro entre chanceleres latino-americanos e a China, em julho do ano passado. Na pauta: o acesso da região às vacinas que seriam produzidas no país asiático e o anúncio de uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para permitir que os governos da América Latina pudessem ter acesso aos produtos. Naquele momento, a ausência do Brasil causou indignação no meio científico nacional. Em Pequim, a decisão do Brasil de não aderir à coordenação foi recebida como um sinal de que o governo federal não estava interessado em negociar um maior acesso acesso a vacinas ou insumos.

Do lado latino-americano, a organização ficou sob a responsabilidade do governo mexicano, que confirmou que entregou um convite ao Itamaraty. O México, porém, indicou que a chancelaria brasileira sequer explicou o motivo pelo qual não participaria do encontro.

A coordenação do México ocorria por conta de o país ser o presidente, em 2020, da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Poucos meses antes, o Itamaraty havia decidido suspender sua participação no bloco latino-americano, considerado como inadequado aos novos interesses da política externa de Ernesto Araújo. Ainda assim, os mexicanos decidiram convidar o Brasil para a reunião sobre vacinas com os chineses.

O encontro foi liderado pelo secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e pelo chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi. Sem o maior país da América Latina, a reunião contou com os chanceleres da Argentina, Colômbia, Peru, Chile, Uruguai, Barbados, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, Panamá e Trinidad e Tobago. Governos de direita e esquerda reconheceram papel da OMS Wang ainda indicou no encontro que a China estava disposta a enviar missões de médicos para ajudar os países da região. Um programa amplo com cinco pontos foi oferecido por Pequim. O chanceler chinês, na ocasião, informou que o Programa Especial de Créditos entre a América Latina e China seria mobilizado para atender às necessidades da covid-19.

Na região, o governo do Equador foi outro que confirmou que o encontro serviu para que Pequim acenasse com dinheiro para vacinas. “China expressou seu desejo de contribuir de maneira direta com os países da América Latina, para os quais informou que entregará US$ 1 bilhão em créditos que irão ao acesso de vacinas e medicamentos”, explicou o Ministério de Relações Exteriores de Quito. Ao final do encontro, uma declaração final foi assinada pelas maiores economias latino-americanas, com governos de direita ou de esquerda.

 
 Imprimir