09/10/2020 - 15:38
As disputas municipais são nossas eleições “intermediárias”. Como em todo o mundo, refletem o pleito passado e apontam tendências para o próximo. Se o resultado em novembro confirmar os números da largada que vemos no quadro, as capitais terão dado um passo à direita. Considerado o conjunto dos 72 postulantes que ocupam as três primeiras colocações nessas cidades, 25% são de partidos à esquerda, com o PSB à frente do PT, PDT, PSOL e PCdoB.
A “direita” nem sempre é bolsonarismo, mas o seu eleitorado é que alimenta o sonho de reeleição do presidente.
Ao centro, MDB, seguido por PSDB e Cidadania têm 24%. E à direita, onde DEM e PSD são acompanhados por 11 legendas – estão 51% dos candidatos.
Para se ter uma ideia do tamanho da mudança, caso ela venha a se concretizar: em 2016 a esquerda elegeu 35% dos prefeitos das capitais; o centro, 46%; e a direita apenas 19% deles. Note-se que na política “direita” nem sempre significa bolsonarismo, mas é o seu eleitorado que alimenta o sonho de reeleição do presidente.
*Cientista Político