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Instituto Butantan começa produção da vacina CoronaVac no Brasil

10/12/2020 - 15:34 | Atualizada em 11/12/2020 - 09:49

Redação

Instituto Butantan começa produção da vacina CoronaVac no Brasil

Foto: Divulgação governo SP

O governador João Doria anunciou nesta quinta-feira (10) o início de produção da CoronaVac no Brasil. O anúncio, realizado em uma coletiva de imprensa no Instituto Butantan, que vai produzir a vacina da farmacêutica chinesa Sinovac no Brasil, marca uma nova fase na disponbilização da vacina contra o coronavírus no país em meio a uma polêmica entre o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde.

— Foi iniciada ontem a produção da vacina da Coronavac aqui em São Paulo. É a produção brasileira do Butantã, que está produzindo com insumos que vieram da Sinovac, um momento histórico que orgulha a todos nós, brasileiros — afirmou o governador João Doria (PSDB).

Segundo o governador, a capacidade de produção chegará a 1 milhão de doses por dia. A fábrica vai funcionar 24 horas, durante os sete dias da semana.

— Já autorizamos o Butantan a contratar mais 120 técnicos para reforçar a produção da vacina. Eles irão se juntar aos 245 já envolvidos na produção —  afirmou Doria. As informações são d’O Globo.

De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, o dossiê final da CoronaVac, quando estiver pronto, será submetido à Anvisa de duas formas: no rito habitual e também com pedido de registro emergencial. Além disso, explicou o diretor do Butantan, os dados serão avaliados pela agência regulatória chinesa e, se aprovado, poderá existir uma solicitação para aplicar emergencialmente no Brasil.

— É possível que o registro na China saia muito rapidamente, antes do final deste ano. Se isso acontecer, nos remete a uma lei que foi promulgada no início deste ano, especificamente sobre o enfrentamento da Covid. Um dos artigos permite a importação de medicamentos e equipamentos para Covid desde que registrados em agências de cinco países, incluindo a China. Se isso acontecer, a Anvisa terá de se manifestar. Ela pode aceitar, ou rejeitar, mas terá um prazo de 72 horas. Esse é o caminho alternativo — explicou Covas.

Doria ainda afirmou que 12 estados brasileiros e 912 municípios já manifestaram interesse em adquiriri doses da CoronaVac. Nesta quinta-feira, Santa Catarina será um dos estados a assinar um protocolo formal de intenções de compra., segundo o Instituto Butantan.

O oferecimento das vacinas para outras unidades da federação e municípios foi outro ponto de tensão entre Doria e o governo federal, uma vez que deveria ser função do Ministério da Saúde o papel de centralizar e distribuir as vacinas no Brasil.

Além de Santa Catarina, Acre, Pará, Maranhão, Roraima, Piauí, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Sul já manifestaram interesse em adquirir a vacina, segundo o governo; 276 prefeituras também tentam acordos.

No início da semana, o governador já havia anunciado o calendário de vacinação no estado, com início previsto para o dia 25 de janeiro. A data gerou reação do governo federal. Ainda não foi publicado um estudo com comprovação da eficácia da CoronaVac. A publicação está prevista para a próxima semana. A Anvisa já reforçou em nota que só libera o uso da vacina após a análise de todos os documentos necessários.

— O Brasil não pode ficar assistindo ao mundo iniciar a vacinação e aqui prosseguirmos num debate interminável e inconclusivo, o que nos coloca de braços cruzados. São Paulo não cruza os braços e vai ajudar todos os estados brasileiros que solicitarem, para juntos salvarmos vidas. Somos uma república federativa e devemos atuar em sintonia para vencer a insensibilidade, a falta de compaixão e o dever de iniciarmos a vacinação dos brasileiros — afirmou Doria.

Além disso, a vacina, por enquanto, não faz parte do plano de vacinação sendo desenvolvido em Brasília. Em reunião com governadores no início da semana, o ministro Eduardo Pazuello afirmou que a aprovação de vacinas na Anvisa poderão demorar até 60 dias.

 

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