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Corte Especial do STJ recebe denúncia contra desembargador do por venda de decisão judicial

O MPF sustenta que, em 2015, o magistrado recebeu R$ 50 mil pela concessão de liminar que determinou a soltura de um empresário

17/09/2020 - 05:30 | Atualizada em 17/09/2020 - 05:37

Redação

Por 12 votos a 1, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, na quarta-feira (16) denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) Siro Darlan por crime de corrupção passiva. Ele é investigado, junto com outras duas pessoas, por comercialização de decisão judicial durante um plantão naquela Corte de Justiça. A denúncia foi apresentada há cinco meses.

O colegiado também decidiu manter o magistrado cautelarmente afastado de suas funções no Tribunal, medida determinada pelo STJ. Segundo o relator do processo, ministro Luís Felipe Salomão, Siro Darlan é investigado em outro inquérito por supostamente participar de organização criminosa, também pela venda de decisões.

Ao justificar a ratificação do afastamento cautelar, o ministro Salomão ressaltou existir justo receio de que o retorno do desembargador a seu cargo represente descrédito ao Poder Judiciário e uma mensagem de insegurança e instabilidade das instituições que combatem o crime. “Há elementos no sentido de que essa venda em plantões, ao que tudo indica, não se restringiu ao caso da liminar deferida [...], mas existindo elementos a indicar a negociação em outras decisões, o que vai ser apurado oportunamente”.

Durante a sessão, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, em sustentação oral, reiterou o pedido de recebimento integral da denúncia, destacando que o MPF descreveu o fato criminoso imputado a Siro Darlan com detalhamento amplo de suas atuações ilícitas. “A peça acusatória está lastreada nos diversos elementos probatórios encartados nos autos”, afirmou.

Na denúncia, o MPF sustenta que, em 2015, o magistrado recebeu R$ 50 mil como contrapartida pela concessão de liminar que determinou a soltura de um empresário. As investigações contaram com informações fornecidas em acordo de colaboração premiada e foram deflagradas na Operação Plantão, que teve duas fases, sendo a primeira em setembro de 2019 e a segunda em abril de 2020.

 

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