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Para oposição, reforma administrativa de Bolsonaro aprofunda as desigualdades e criminaliza servidores

'Não toca uma vírgula sobre os privilégios no topo das carreiras da magistratura, do Poder Executivo, do Ministério Público e até do Legislativo'

03/09/2020 - 17:09 | Atualizada em 03/09/2020 - 17:25

Redação

Assim que o governo apresentou detalhes da reforma administrativa a ser enviada ao Congresso Nacional nesta quinta-feira (03), senadores comentaram a proposta nas redes sociais. 

Os oposicionistas disseram que a iniciativa aprofunda as desigualdades e criminaliza servidores. Os demais parlamentares defenderam a necessidade de correção de distorções na administração pública, a fim de que o serviço fique mais produtivo e menos oneroso aos contribuintes. 

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) disse que a reforma reforça a narrativa pró-mercado de culpar os servidores pelo custo do Estado, mas poupa justamente os mais privilegiados, como juízes, parlamentares, promotores e militares. 

Segundo ele, a máquina pública brasileira é menor que a da média dos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, 15,2 % da população trabalha para o governo e, no Reino Unido, esse percentual chega a 16,4%. No Brasil, o índice é de 12,1 % . O parlamentar disse ainda que metade dos servidores ganha menos de R$ 2,7 mil por mês. 

'O ministro Paulo Guedes erra cotidianamente nas previsões econômicas e tenta transformar o servidor público em responsável por uma catástrofe que o governo está produzindo. Segundo o Ipea, o Brasil tem cerca de 11,5 milhões de funcionários públicos, a maior parte empregados em áreas sociais e vitais para a população como a educação e a saúde', avaliou. 

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que haverá aprofundamento das desigualdades no setor público, sem a redução de gastos, visto que a reforma não toca os privilégios. 

— Compreendemos a necessidade de uma mudança no setor, mas esta que está sendo proposta trata os desiguais de forma igual e reproduz desigualdades. Não toca uma vírgula sobre os privilégios no topo das carreiras da magistratura, do Poder Executivo, do Ministério Público e até do Legislativo. Não reduzirá em nada o gasto público — opinou, também em vídeo. 

Para Randolfe, se o Parlamento quiser fazer alguma mudança, primeiro terá que dar o exemplo, reduzindo as vebas indenizatórias dos gabinetes e a estruturas gigantescas do Senado e da Câmara. 

— Não podemos mudar a estrutura dos outros, sem mudar primeiro as nossas — afirmou. 

(Com informações da Agência Senado)

 

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