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A Operação Além-Mar da Federal envolve 12 Estados

18/08/2020 - 07:36 | Atualizada em 18/08/2020 - 07:40

Redação

A Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira uma megaoperação contra o tráfico internacional de drogas em 12 estados e no Distrito Federal. Em todo País, são cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias). A operação Além-Mar foi deflagrada nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.

As investigações começaram há quatro anos pela Polícia Federal de Pernambuco. Os policiais investigam o crime de lavagem de dinheiro, além de buscarem provas para confirmar o envio de drogas para o exterior e o uso de helicópteros para o transporte de cocaína pelo Brasil. Segundo a PF, toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa pelos portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal no Rio Grande do Norte.

A Justiça Federal determinou a apreensão de aviões (7), helicópteros (5), caminhões (42) e imóveis (35) urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio de R$100 milhões. No Estado de São Paulo, os policiais cumprem 82 mandados, sendo 22 de prisão e 60 de busca e apreensão.

Participam da ação por aproximadamente 630 policiais federais.

Quatro organizações criminosas autônomas, atuando em conexão, viabilizavam o esquema de tráfico internacional de drogas investigado na atual operação, por meio do qual toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal/RN.

A primeira célula do grupo, estabelecida em São Paulo/SP, promove reiteradamente a internação de cocaína através da fronteira do Brasil com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de São Paulo e distribuindo-a no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa

A segunda, estabelecida em Campinas/SP, parceira da anterior, recebe a cocaína internalizada no território nacional para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.

A terceira, estabelecida em Recife/PE, é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.

A quarta parte da organização criminosa, estabelecida na região do Braz, em São Paulo/SP, atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias (titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”) para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo).

Prisões em flagrante e apreensões de drogas ao longo das investigações caracterizaram um modus operandi dividido em três fases: INTERNAÇÃO da cocaína pela fronteira com o Paraguai e armazenamento no interior de São Paulo; TRANSPORTE INTERNO da droga para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões; TRANSPORTE INTERNACIONAL mediante embarque da droga em navios de carga (contaminação de containers) ou veleiros.

Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre esses presos estava um grande traficante, que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency – NCA, do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí/SP em março/2019.

As investigações foram iniciadas no ano de 2018, a partir de informações difundidas à Polícia Federal pela National Crime Agency – NCA, como resultado de parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à Europa.

Mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e o isolamento social imposto, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos, entre os meses de março/20 e julho/20, mais de 1,5 tonelada de cocaína.

 

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