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Veja de 8 a 80, os dez profetas da pandemia que erraram quase tudo

09/08/2020 - 07:43 | Atualizada em 09/08/2020 - 16:30

Redação

Do Presidente da República a médicos e empresários erraram todas as previsões que faziam desde a primeira morte por coronavírus no Brasil em março. Veja o que disseram os “profetas da pandemia” antes de se saber que, neste domingo (8) já eram 100 mil os brasileiros morreram por causa da doença.

Bolsonaro dizia que seria apenas uma “gripezinha” e que o número total de mortes de mortes talvez não chegasse nem a mil. Mas houve quem previsse que em agosto o país já estivesse contando até 1 milhão de mortes.

No 8 ou 80 entre todos os “profetas da pandemia”, havia também os que achavam não ter importância se os óbitos chegassem a 5 ou 7 mil, desde que seus negócios não fossem afetados, como afirmou Junior Durski, o dono da hamburgueria Madero.

Veja abaixo um levantamento feito pela Folha de S. Paulo sobre algumas da profecias mais furadas:

1. “A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos [796 mortes pela H1N1] no tocante ao coronavírus”

Jair Bolsonaro, em entrevista à Record, em 22/3

O que aconteceu: marca foi ultrapassada em 8 de abril

2. “Agente está estimando 30 mil, 40 mil casos. E o número de mortos deve ficar em mil e poucos, 2.000. […] Todas as epidemias têm um padrão, elas duram em torno de 13 semanas”

Osmar Terra, ex-ministro da Cidadania, em áudio em março

O que aconteceu: número de casos superou 40 mil em 20 de abril, e o de mortes ultrapassou 2.000 em 17 de abril; epidemia já dura mais de cinco meses

3. “[O número de mortos] deve chegar a 4.000”

Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, em conversa ouvida pela CNN em 9 de abril

O que aconteceu: marca foi atingida em 25 de abril

De 8 a 80, os dez profetas da pandemia que erraram quase tudo

profeta

4. “As [mortes] de hoje e o número de internações estão bem inferiores ao que já aconteceu”

Luciano Hang, em videoconferência com empresários em 8 de junho

O que aconteceu: curva de casos e mortes continuou a subir em junho e julho

5. “Dentro de dois, no máximo três meses, o surto vai acabar. […] O Brasil vai chegar a 1.000 casos? Muito provavelmente. A 1.500? É possível”

Anthony Wong, toxicologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em 12 de março

O que aconteceu: surto já dura mais de cinco meses; patamar de 1.500 casos foi atingido em 22 de março

6. “Em quatro meses haverá 45 mil pessoas com coronavírus só na Grande São Paulo”

Fábio Jatene, cardiologista do Incor, em áudio relatando avaliação de médicos em 12 de março

O que aconteceu: em quatro meses, eram 228 mil casos na Grande SP

7. “Se o Brasil só adotar medidas de mitigação, mas não um cenário completo [de fechamento], o que a gente vê é 1 milhão de pessoas mortas ou mais até o final de agosto”

Atila Iamarino, biólogo, em seu canal no YouTube, em 20 de março

O que aconteceu: Brasil não adotou fechamento completo, e mortes devem ficar ao redor de 120 mil até o fim de agosto

8. “Aqui [em SP] estamos prevendo que [o pico] será em maio, mas não dá para precisar qual a semana de maio”

David Uip, infectologista e integrante do comitê estadual de combate ao coronavírus, em entrevista à Folha em 15 de abril

O que aconteceu: números começaram a cair no estado, e lentamente, apenas no final de julho

9. “Os óbitos de Covid-19 no Brasil apontam possivelmente para total inferior a 10 mil”

Hélio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil e colunista da Folha, em 22 de abril

O que aconteceu: marca de 10 mil mortos foi atingida em 9 de maio

10. “Não podemos [parar] por conta de 5 ou 7.000 pessoas que vão morrer”

Junior Durski, empresário, dono da rede Madero, em 23 de março

O que aconteceu: marca de 7.000 mortos foi alcançada em 3 de maio

 

 

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