À GloboNews, o coordenador do núcleo de Epidemiologia e Vigilância da Fiocruz Brasília, Cláudio Maierovitch, disse hoje que a instituição NÃO RECOMENDA o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina para tratar de pacientes com covid-19.

A declaração acontece em resposta à recomendação do Ministério da Saúde para que a Fiocruz divulgue e recomende o usos destes medicamentos no tratamento precoce de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

'A Fiocruz orienta profissionais, ela afirma que não há base científica para a cloroquina, pelo contrário, há evidências de que ela não deve ser utilizada. Mas, se recebe comunicado do Ministério da Saúde, não pode deixar de informar seus profissionais', declarou o sanitarista.

O Ministério da Saúde, sob o comando interino do General Pazuello, insiste na recomendação destes medicamentos para tratamento de infectados pelo coronavírus. Dois médicos, Henrique Mandetta e Nelson Teich, deixaram o Ministério da Saúde por discordar das orientações do Presidente da República Jair Bolsonaro, que defende o usos dos fármacos mesmo sem respaldo científico.

Curandeirismo

O infectologista do Hospital Emílio Ribas Jamal Suleiman, ao comentar a falta de comprovação científica dos efeitos da cloroquina e hidroxicloroquina, comparou a recomendação ao curandeirismo. 'No curandeirismo, vale essa hipótese. Em ciência, essa hipótese não vale', disse o infectologista.

Segundo o médico, quem defende o uso de cloroquina não está embasado em evidências científicas. 'Tirando Bolsonaro, que, que eu saiba, é um capitão reformado, e acho que ele não entende absolutamente nada de fisiologismo'.

Considerando este raciocínio, o Ministro da Saúde general Pazuello  tem se comportado como 'curandeiro' ao recomendar por meio de ofício o uso de medicamento sem respaldo científico para tratar pacientes de covid-19.