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Carnaval de sangue: Pezão não se preparou, o crime sim

15/02/2018 - 08:47 | Atualizada em 15/02/2018 - 08:52

Josias de Souza

“Não estávamos preparados”, disse Luiz Fernando de Souza, o Pezão, sobre o Carnaval de sangue, suor e violência que o Rio de Janeiro proporcionou aos foliões em 2018. Pronunciada assim, de chofre, pelo representante do Poder estatal, a frase é a própria materiazação da impotência. Nenhum governador do Rio chega despreparado à maior festa popular do calendário do Estado por acaso. Há método no despreparo de Pezão.

Hoje, a oligarquia político-empresarial a que pertence o governador se divide em três subgrupos. Há os que estão presos e os que já receberam habeas corpus do Gilmar Mendes. E há os que, como Pezão, continuam protegidos sob a marquise das imunidades do cargo. Nesse cenário, o Rio tornou-se tão imprevisível que é tristemente previsível que não haverá um planejamento adequado para coisa nenhuma. Conseguiram carnavalizar até o Carnaval.

“Houve uma falha nos dois primeiros dias”, disse Pezão, com o cenho compungido. “Depois a gente reforçou aquele policiamento. Mas eu acho que houve um erro nosso.” Repare na escolha do vocábulo. Pezão afirmou: “Eu acho…” Sim, o governador ainda não está 100% convencido da falha. “Não dimensionamos isso, mas eu acho que é sempre um aprimoramento, a gente tem sempre que aprimorar”. De novo: “Eu acho…” Pezão ainda não sabe se o aprimoramento virá.

O governo do Rio subverte até o brocardo. Demonstra que é errando que se aprende… A errar. Son Pezão, a administração pública não costuma aproveitar as oportunidades de que dispõe para demonstrar-se útil ao público. No Carnaval, para desassossego de cariocas e forasteiros, o Estado acabou virando uma oportunidade que a bandidagem aproveitou. Governantes como Pezão reclamam muito do crime organizado. Preferiam que o crime fosse esculhambado como o Estado.

 

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